segunda-feira, 20 de julho de 2020

O filho quando se é jovem



O jovem vive um drama particular em sua vida, sobre viver, se realizar (pessoalmente e profissionalmente) e ainda trabalhar com seriedade questões internas e externas, mais ainda dentro disso tudo ter autocontrole sobre suas vontades. O drama se expande ou diminui quando uma nova vida entra como responsabilidade na realidade do jovem, mais especificamente um novo ser: um filho.

Lado da mulher

A mulher em suas perspectivas enfrenta diversos desafios, entre eles dentro do âmbito social, familiar, de gênero e entre outros sobre sua fisiologia. Mesmo a mulher jovem segura e com certo grau de maturidade para aceitar e encarar a realidade de se ter um filho cedo, ainda sim a mesma enfrenta dificuldades em alguma esfera do qual ela mesma vive um drama particular a ser enfrentado, uma vez que a pressão sobre ela é alta e mesmo ela na condição como jovem, necessita do uso de válvulas de escape para aproveitar a juventude, estando ela sozinha ou com um parceiro.
Em Uberlândia, 12,7% das mães têm entre 14 e 19 anos, segundo a coordenadora do Programa Saúde da Mulher, Bárbara Cunha Mello Lazarini Antonioli. Em matéria publicada pelo G1. Sobre isto observa que cada pessoa vive uma situação particular em graus diferentes de intensidade, porém a questão está nos desafios a ser enfrentados.
No âmbito social a mulher sendo nova é vista de outra forma e perde seu "valor" social, visto que as pessoas a preconcebem como negligêntes no quesito de relações sexuais, assim sendo algumas perdem a credibilidade na hora de conseguir emprego, pois terão que enfrentar a dita pergunta em seleção: "você acha que consegue trabalhar e cuidar do seu filho?" dentro disto mesmo uma jovem acompanhada de um parceiro, mas uma vez sendo o casal de classe média baixa, sofrem dificuldades na questão socioeconômica,  visto que enfrentarão dificuldades na criação do filho estando ele sujeito a ter nível de educação menor, mediante a instabilidade do casal por serem inexperiente no mercado de trabalho.
No âmbito familiar o drama é intensificado quando a mulher pertence a uma família desestruturada, mediante a falta de apoio, logo a jovem se encontra a lidar com a situação de ser mãe cedo e sozinha em um amparo, e olhando do ponto de vista oposto mesmo quando a jovem é de família estruturada, ainda sim a quem sofre com a falta de apoio e perseguições pela não aceitação da gravidez por parte dos outros membros da família, visto que a veem como indesejada e a negativam, portanto nesta condição a jovem se sente sem forças e muitas das vezes pensa em desistir de ser mãe com receio de não conseguir ser efetiva nesse processo maternal.
Na questão de gênero a mulher vive problemas que os homens não vivem em sua paternidade, a mulher escuta de terceiros mais que o homem como "coitada acabou com a própria vida e não podera estudar direito por falta de tempo" até porque o filho ao nascer necessita de mais atenção da mãe do que a do pai. Em entrevista para BBC news Brasil Sophia Walker, líder do partido da igualdade das mulheres no Reino Unido cita o custo de creches para as crianças, a diferença salarial entre homens e mulheres e o impacto nas carreiras das mães pela falta de flexibilidade para dividir as tarefas nos cuidados dos filhos como fatores que têm um grande impacto sobre a decisão de se ter filhos ou não.
"Eu engravidei com 15 anos, enquanto namorava... Quando resolvi comprar o anticoncepcional, esperei
a menstruação vir, e o que veio foi minha filha depois de meses rsrs. Tive depressão pós-parto pela imaturidade. Sabe... eu brincava de bonecas e, em pouco tempo, me vi com um bebê e muitas responsabilidades. Não é nada fácil."
Esse é um relato de uma leitora anônima do blog "superela" constatando a dificuldade que uma mãe enfrentou em seus fatores fisiológicos sem estar totalmente pronta para tal situação. Nisto observa o drama da realidade de quem engravida cedo de forma inesperada com o corpo ainda em formação, ou seja no período em que a jovem ainda está se descobrindo ela precisa dar um salto na vida para encarar a realidade de ser mãe, uma vez sendo nova o processo é peculiarmente cheio de experiências para a mulher dessa fase.

Lado do homem

O drama masculino de se ter filho jovem é sentido sim, porém pode ser afirmado em menor grau do que feminino, pelo menos enquanto o jovem homem decide se responsabilizar pelo filho que fez estando junto ou separado da mãe, deste modo sem generalizar,mas na maioria dos casos o drama masculino é sentido do ponto de vista de uma decisão do mesmo quando este se conscientiza do seu papel como homem e pai, e assim decide arcar com a realidade de ser pai jovem e estar presente na criação do filho.
Porque de outro modo o pai jovem muitas das vezes decidi ficar ausente, para ficar contribuindo com a ajuda de custo estando distante, ou muita das vezes nem isso, obrigando assim a mãe a colocá-lo na justiça para receber a devida pensão alimentícia.
Dentro dessas condições quando o homem por si decide se responsabilizar pela criação do filho; é verdade que ele não sofre o preconceito social por ter sido pai cedo, nem muito menos recebe tanta pressão da família e tampouco sente a questão de gênero como a da mulher. Porém seu drama quando ele decide e aceita a condição como pai ainda jovem, é sentido de forma subjetiva e com o psicológico necessitando ser trabalhado. Isso se ele vier de uma família simples, por vezes desestruturada e com status comum dentro dos parâmetros sociais exigentes. Nisto sua vida se volta no conciliamento do trabalho, estudo, liderança no lar e postura masculina, esta última exigida demais pela sociedade sem compreensão que isso é trabalhado e construindo dentro de um homem, pois mesmo o jovem moderno vive com suas inseguranças e fraquezas a serem trabalhadas sozinhas, assim sendo o homem não nasce pronto pra vida.
Do contrário mesmo o jovem de família estruturada e com segurança financeira e auxílio dos pais, pode não ter problemas com recursos e ausência na criação do filho quando ele ainda é pequeno, mas ao decorrer do processo por ter sido algo inesperado e ainda quando o jovem não está no auge de sua maturidade, pode ele enfrentar problemas no futuro já quando o filho crescido, desta forma o drama não é sentido no presente estando ele imperceptível, mas num futuro breve. Pois o jovem que é auxiliado não vivifica internamente sua paternidade, pois criou seu filho na acomodação sem planejamento decidido, desta forma quando o lado paternal do homem for exigido, ele se encontrará numa crise, muita das vezes existêncial com a própria vida.
Os jovens tanto mulheres como homens necessitam estar conscientes de sua realidade e despertados para a vida, para que evitem dramas desnecessários e percorram sua vida de forma saudável e isso se aplica a todas as esferas da vida, visto que a juventude não volta e é a fase que se está com mais energia.